Ensino colaborativo (coensino)

Fonte: Acervo Wix.

Conceito

O ensino colaborativo ou coensino é um trabalho em parceria entre os professores regentes do ensino regular e professores do AEE dentro da sala de aula comum. Segundo Glat e Pletsch (2012), o coensino apresenta-se em três dimensões, que são:

• Processo de aprendizagem escolar;

• Habilidades sociais;

• Habilidades necessárias para a inclusão laboral.

As dimensões apresentadas colaboram com o desenvolvimento da aprendizagem do estudante com DI. Por isso, os professores precisam atuar como apoio um do outro, na partilha coletiva das demandas necessárias para atuar na educação inclusiva.

Atendimento Educacional Especializado (AEE)

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), Resolução nº 4 (2009) e a Lei nº 13.005 (2014) garantem o acesso à educação formal a todos e estabelece a transversalidade da Educação Especial, pois é compreendida como uma modalidade de ensino que é responsável pelo AEE, que pode ser complementar e/ou suplementar à formação do aluno.

Esse ensino pode ocorrer por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que visem eliminar barreiras no processo de ensino e aprendizagem.

Dessa forma, os espaços do AEE não devem ser substitutivos das salas de aula comuns, pois a existência e o reconhecimento legal de classes e escolas especiais não são anuladas.

Proposta do coensino em sala de aula

A proposta de coensino é a realização da aula acessível a todos com a participação simultânea do professor regente e do professor do AEE (Vilaronga, 2014). Segundo Federico, Herrold e Venn (1999) apontam que o papel da gestão da escola é primordial para o sucesso da proposta, pois se o diretor e a administração escolar também se comprometem, toda a escola ganha e os professores não se sentem sozinhos.

Na prática do coensino, o processo de ensino e aprendizagem é realizado pelos dois professores ao mesmo tempo, o professor de sala regular e o professor do AEE, ou seja, enquanto o professor regente explica o conteúdo a todos, o professor do AEE, trabalha colaborando com a resolução da atividade do aluno que necessita de atendimento personalizado devido a deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/ superdotação (Glat; Pletsch, 2012).

Plano Educacional Individualizado (PEI)

O PEI é uma ferramenta que visa a individualização do ensino. Nele, há metas relacionadas à aprendizagem e ao social que atendem às necessidades e particularidades do sujeito (Glat, 2012).

Nesse sentido, é necessária a produção do Plano Educacional Individualizado (PEI) para permitir o acompanhamento diário das dificuldades e dos avanços do aluno público da educação especial, com foco, o aluno com DI (Moscardini, 2016).

Na elaboração do PEI, deve-se considerar as necessidades individuais do aluno e a identificação da maneira que essas necessidades devem ser atendidas, englobando as tarefas com prioridade e as formas de avaliação. Simone (2022) faz uma adaptação de um modelo de PEI

Imagem 1- Modelo de PEI.

Fonte: Simone (2022) adaptado do modelo de Romeu Kazumi Sassaki (1999).

Devido a necessidade da criação do PEI, Conceição (2021) sugere a criação de uma base de dados na escola a partir dos atributos indispensáveis no processo de ensino e aprendizagem, que são:

• Cooperação;

• Autonomia;

• Persistência;

• Explicação do assunto;

• Disposição para realizar a atividade;

• Atenção;

• Dificuldade;

• Finalização da Tarefa.

  
  

Tendo em vista o trabalho em parceria entre professores, a produção do PEI e a criação de uma base de dados escolar a partir de atributos, o ensino colaborativo poderia ser vivido na escola.

Referências: 

BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva - PNEEPEI/MEC. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2008. Disponível em: portal.mec.gov.br. Acesso em: 05 fev. 2024.

BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação- PNE/MEC. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2014. Disponível em: portal.mec.gov.br. Acesso em: 05 fev. 2024.

CONCEIÇÃO, Mario Sérgio Thomaz Lopes. Processo de criação de uma base de dados sobre pessoas com deficiência intelectual. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciência da Computação) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grosa, 2021. Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/26492/1/criacaobasedeficienciaintelectual.pdf. Acesso em: 03 jul. 2024.

FEDERICO, M. A., HERROLD, W. G; VENN, J. Helpful tips for successful inclusion: a checklist for educators. Teaching Exceptional Children, 32, nº 1, p. 76-82, 1999. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/004005999903200111. Acesso em: 02 jun. 2024.

GLAT, Rosana; PLETSCH, Marcia Denise. Inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011. 

MOSCARDINI, Saulo Fantato. Deficiência intelectual e ensino-aprendizagem: aproximação entre ensino comum e sala de recursos multifuncionais aprendizagem: aproximação entre ensino comum e sala de recursos multifuncionais. 2016. 153 f. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado em Educação Escolar, Pós-Graduação da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/. Acesso em: 05 dez. 2023.

SIMONE, M. S. Guia Educacional: processos avaliativos destinados aos estudantes com deficiência intelectual. 2022. 206 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Inclusiva – PROFEI) – Faculdade de Ciências e Tecnologias, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2022. Disponível em: https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNSP_f2c2d1fec9e1f3c0c760d22b21dbc795. Acesso em: 05 jun. 2024.

VILARONGA, C. A. R.; MENDES, E. G. Ensino Colaborativo para o apoio à inclusão escolar: práticas colaborativas entre os professores. Paranaíba, 2014. Disponível em: https: www.scielo.br/j/rbped/a/dBz3F9PJFfswJXFzn3NNxTC/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 jun. 2024.