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Diferenciação curricular

Fonte: Acervo Wix.


Currículo escolar


O currículo escolar é o direcionador da prática pedagógica, que envolve desde a política curricular até a escola em seu contexto de sala de aula. Guadagnini e Duarte (2015) discutem que, muitas vezes, são necessárias mudanças no currículo, pois essas modificações geram oportunidades educacionais de aprendizagem e proporcionam o acesso à aprendizagem dos conteúdos. Mesmo diante do currículo a ser seguido, o docente precisa acompanhar os avanços de cada aluno com ou sem deficiência e proporcionar o tempo necessário para sua aprendizagem. No ensino fundamental, os professores devem priorizar o como ensinar e não o quê ensinar, para que esses alunos possam ter condições suficientes para a continuidade de seus estudos.


Diferenciação Curricular e Adaptação Curricular


Para compreender os dois conceitos, leia abaixo.


Diferenciação Curricular


Roldão (2003) analisa o conceito de diferenciação curricular a partir de três níveis, que são:


1) Nível político - é a diferenciação na organização do sistema e das escolas; 

2) Nível organizacional – refere-se à diferenciação dos patamares de exigência no interior de um mesmo currículo;

3) Nível pedagógico-curricular – está ligado à diferenciação de estratégias, aos percursos e aos modos de organização da prática de ensino e aprendizagem. 


Segundo Pletsch, Souza e Orleans (2017), a diferenciação curricular refere-se às modificações e às estratégias produzidas pelos docentes com a finalidade de atender as necessidades específicas de seus alunos em sala de aula. 


É importante salientar que a diferenciação curricular não diz respeito a provocar limitações ou empobrecimento dos conteúdos, no entanto, refere-se à utilização de estratégias e de recursos de baixa ou alta tecnologia, com o objetivo de oferecer ao aluno com deficiência ou não a sua participação em sala de aula (Pletsch; Orleans, 2017).


Acontece, comumente, dos professores se preocuparem em cumprir uma grade curricular abarrotada de conteúdos, porém, em sala de aula, precisam acompanhar a aprendizagem de cada estudante. Dessa forma, é imperioso que se pense na organização do currículo para diferenciar o ensino para as aprendizagens individuais dos estudantes com dificuldades, especialmente os com DI.


A diferenciação curricular pode ser analisada a partir do desenvolvimento cognitivo da criança por meio da perspectiva histórico-cultural, que é capaz de perceber a complexidade do desenvolvimento humano, pois pode-se acompanhar se os alunos com DI estão realizando atividades e apresentando avanço no processo de ensino e aprendizagem, assim como, no processo de inclusão (Pletsch; Araújo; Lima, 2017).

 

Adaptação Curricular


Em 1998, foi publicado os Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares – estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais, a fim de orientar a inclusão de alunos com necessidades especiais em escola regular (Brasil, 1998).


A Adaptação curricular, segundo os PCN’s, classifica-se em níveis:


  • Projeto pedagógico e adaptações relacionadas ao currículo da sala de aula;

  • Adaptações individualizadas referentes ao currículo;

  • Adaptações para o acesso ao currículo e adaptações nos elementos que compõe o currículo.


Segundo os Parâmetros há dois tipos de adaptações:


Imagem 1- Tipos de adaptação.


As adaptações têm por objetivo buscar soluções para o fracasso do processo ensino e aprendizagem, focando nas possibilidades e no potencial do aluno, por isso os PCN’s recomendam seguir os critérios abaixo:


  • O que o aluno deve aprender?

  • Como e quando aprender?

  • Quais formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem?

  • Como e quando avaliar o aluno? (Brasil, 1998, p. 33).


A intenção da adaptação é promover um currículo que seja dinâmico e possa ser alterável e seja passível de ampliação, com o objetivo de que realmente seja capaz de atender todos os alunos (Brasil, 1998). É possível a aprendizagem quando há um currículo funcional para aprendizagem gradual, significativa e sistematizada. Dessa forma, a escola proporciona a aprendizagem sem exceção e o aluno DI insere-se dentro do contexto da escola regular (Guebert, 2018).


Por que é necessário?


Os alunos com DI precisam de um maior tempo para a realização das tarefas e ensino individualizado. Também necessitam de mudança na metodologia de ensino. Estudos apontam relevância na adaptação curricular para o ensino do aluno com deficiência. Assim, são necessários recursos e estratégias a fim de favorecer a aprendizagem dos alunos com deficiência (Stainback; Stainback, 1999).


Referências bibliográficas:


BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Introdução. Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf. Acesso em: 03 jun. 2024.


GUADAGNINI, Larissa; DUARTE, Márcia. Adaptação Curricular Para Alunos Com Deficiência Intelectual No Relato Dos Professores Das Escolas Estaduais Paulistas. Revista Espaço do Currículo[S. l.], v. 8, n. 3, 2016. DOI: 10.15687/rec.v8i3.23413. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/rec.2015.v8n3.437452. Acesso em: 13 mar. 2024.


GUEBERT, Mirian Célia Castellain. Alfabetização de alunos com deficiência intelectual: um estudo sobre estratégias de ensino utilizadas no ensino regular. Revista Triângulo, Uberaba - MG, v. 11, n. 2, p. 280–299, 2018. DOI: 10.18554/rt.v0i0.2550. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/revistatriangulo/article/view/2550. Acesso em: 20 mar. 2024.


PLETSCH, Márcia Denise; SOUZA, Flávia Faissal; ORLEANS, Luis Fernando. A diferenciação curricular e o desenho universal na aprendizagem como princípios para a inclusão escolar. 2017. Disponível em: https://gedh-uerj.pro.br/producao-cientifica/a-diferenciacao-curricular-e-o-desenho-universal-na-aprendizagem-como-principios-para-inclusao-escolar/. Acesso em: 04 jun. 2024.


ROLDÃO, Maria do Céu. A função curricular da escola e o papel dos professores: políticas, discurso e práticas de contextualização e diferenciação curricular. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 17, n. 18, 2010. DOI: 10.14572/nuances.v17i18.767. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/view/767. Acesso em: 12 ago. 2024.


STAINBACK, Susan; STAINBACK, Willian. Inclusão: um guia para educadores. Tradução: Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 1999.  Disponível em: https://gedh-uerj.pro.br/producao-cientifica/a-diferenciacao-curricular-e-o-desenho-universal-na-aprendizagem-como-principios-para-inclusao-escolar/. Acesso em: 02 jun. 2024.  


ZERBATO, Ana Paula; MENDES, Enicéia Gonçalves. Desenho universal para a aprendizagem como estratégia de inclusão escolar. Educação Unisinos. n. 22, v. 2, p.147-155, 2018.   Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/edu.2018.222.04. Acesso em: 02 jun. 2024.

 
 
 

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